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Saúde em risco: mães reclamam da falta de pediatras na UPA da Taquara

Embora a falta de pediatras se arraste há cinco dias na UPA da Taquara, a Secretaria estadual de Saúde ainda não sabe explicar o motivo da ausência dos médicos.

A febre de Maria Eduarda, de 10 anos, já chegava a 40º C quando sua mãe decidiu buscar ajuda na UPA da Taquara, em Jacarepaguá. Cristiana Cláudia G. Santos, de 41 anos, chegou à unidade pela primeira vez às 20h30m de domingo, 31 de julho, e ainda repetiria o trajeto outras seis vezes até a noite de ontem. Sem sucesso.

Após uma consulta no domingo, o médico de plantão pediu um exame de sangue. Desde segunda-feira, porém, não há pediatras na UPA e a mãe, aflita, tenta mostrar a alguém o resultado da análise que pode diagnosticar o problema da menina.

— Vou todo dia lá, mas ninguém atende a minha filha. Dizem que não há especialista e pronto. Nada de explicações — desabafou Cristiana, que tem medicado a filha por conta própria, enquanto não obtém uma prescrição médica.

Outras dezenas de mães, como a empregada doméstica Adriana Goulart, de 37 anos, vivem o mesmo drama. Em uma região onde é difícil encontrar pediatras, quem depende da UPA não sabe para onde levar os filhos. Na unidade, os atendentes indicam procurar a unidade do Campinho ou o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

— Ele está com muita febre e um inchaço no pescoço. Acho que é caxumba. Vou ter que correr com ele para a UPA do Campinho — contou Adriana, na tarde de ontem. Moradora de Curicica, ela já tinha viajado 30 minutos de ônibus com Gabriel, de 2 anos, até a Taquara. Dali para a outra unidade, pegaria mais uma condução por quase uma hora.


Problema constante
Embora a falta de pediatras se arraste há cinco dias na UPA da Taquara, a Secretaria estadual de Saúde ainda não sabe explicar o motivo da ausência dos médicos. Em nota, a superintendente de Unidades da Rede Própria, Valéria Moll, informou que os profissionais "simplesmente não compareceram ao serviço, (...) sem qualquer aviso prévio". Todos os dias, três pediatras deveriam se revezar na unidade.

A secretaria afirmou ainda que, mesmo sem pediatras, as crianças mais graves foram atendidas e que, se não se justificarem, os médicos serão punidos.
— Nem dá para dizer quando vai ter pediatra, não — relatou um atendente que não quis se identificar.

Os funcionários dizem que o problema é recorrente:
— No dia que tem pediatra, não tem clínico geral. Parece que eles fogem uns dos outros.

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